Se uma inteligência, em determinado instante, pudesse conhecer todas as forças que governa o universo e as posições de cada ser que o compõem;se,alem disso,essa inteligência fosse suficientemente grande para submeter essas informações a analise,teria como?

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A RENUNCIA PULCIONAL DO SEXO (apagando a fogueira com a urina...)

"O homem e sua funcao sexual permanecerao em constante evolucao, assim como nossos dentes e cabelos."

A verdade da ética se justifica pela necessidade de se delimitar os direitos da sociedade contra o indivíduo, os direitos do indivíduo contra a sociedade e os direitos dos indivíduos uns contra os outros. É verdade que Freud em 1912-13, 1921, 1930 se interessava, mais do que outros psicanalistas, pelos comportamentos sociais, mas para ele a importância do estudo dos tabus, por exemplo, está em demonstrar que a sociedade, a moral e a neurose têm a mesma origem ate os dias de hoje... Freud adverte que muitas vezes pode parecer que nós renunciamos aos desejos, pois temos preceitos éticos, mas a ordem das coisas é inversa, nos temos preceitos éticos, pois precisamos renunciar a desejos individuais para viver em comunidade. Dessa forma, Freud vai concluindo que os sentimentos éticos não são uma disposição inata, eles são construídos a partir de uma necessidade de sobrevivência, porém, é verdade, são viabilizados pelo aparelho psíquico, esse sim potencialmente inato, mas que também, só vai se desenvolver, na medida em que o indivíduo passar pelo mesmo percurso que a civilização passou na conquista dos preceitos morais; nesse sentido para Freud o individual remonta ao coletivo, o Édipo ao pai primevo, a ontogênese à filogênese.

Como se sabe, “O Mal-Estar na Cultura” está centrado na tese do antagonismo
inevitável entre satisfação pulsional e exigências da cultura. Segundo essa orientação, já presente nos primeiros escritos freudianos, a civilização implica em algum grau de renúncia à satisfação pulsional. Freud, explicando essa posição por meio de material psicanalítico, usa como modelo o domínio do fogo pelo homem, sua utilização como um bem cultural apartir de uma renúncia à satisfação de um desejo, no caso, um desejo infantil de apagar o fogo com um jato de urina. Em suas proprias palavras:"A primeira pessoa a renunciar a esse desejo e a poupar o fogo pôde conduzi-lo consigo e submetê-lo a seu próprio uso. Apagando o fogo de sua própria excitação sexual, domara a força natural do outro fogo." Essa grande conquista cultural foi a ssim a recompensa de sua renúncia ao instinto.
Enquanto o amor dessexualizado se transforma na parte ideal do superego e no laço emocional que une as famílias e os grupos, o controle da agressividade, através da introjeção, é o responsável pela severidade do superego. “Quando mais o homem controla sua agressividade para com o exterior, mas severo, - isto é, mas agressivo – ele se torna em seu ideal de ego.” E possivel entender a argumentacao freudiana, que ve na necessidade da restricao sexual uma forma de gerar libido para possibilitar identificacoes e relacionamentos amorosos inibidos. O valor psíquico da satisfação sexual cresce com a sua frustração.


A libido represada torna-se capaz de perceber os pontos fracos raramente ausentes da estrutura da vida sexual, e por ali abre caminho, obtendo uma satisfação substitutiva neurótica na forma de sintomas patológicos. Quem penetrar nos determinantes das doenças nervosas cedo ficará convencido de que o incremento dessas doenças em nossa sociedade provém da intensificação das restrições sexuais.

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