Se uma inteligência, em determinado instante, pudesse conhecer todas as forças que governa o universo e as posições de cada ser que o compõem;se,alem disso,essa inteligência fosse suficientemente grande para submeter essas informações a analise,teria como?

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A RENUNCIA PULCIONAL DO SEXO (apagando a fogueira com a urina...)

"O homem e sua funcao sexual permanecerao em constante evolucao, assim como nossos dentes e cabelos."

A verdade da ética se justifica pela necessidade de se delimitar os direitos da sociedade contra o indivíduo, os direitos do indivíduo contra a sociedade e os direitos dos indivíduos uns contra os outros. É verdade que Freud em 1912-13, 1921, 1930 se interessava, mais do que outros psicanalistas, pelos comportamentos sociais, mas para ele a importância do estudo dos tabus, por exemplo, está em demonstrar que a sociedade, a moral e a neurose têm a mesma origem ate os dias de hoje... Freud adverte que muitas vezes pode parecer que nós renunciamos aos desejos, pois temos preceitos éticos, mas a ordem das coisas é inversa, nos temos preceitos éticos, pois precisamos renunciar a desejos individuais para viver em comunidade. Dessa forma, Freud vai concluindo que os sentimentos éticos não são uma disposição inata, eles são construídos a partir de uma necessidade de sobrevivência, porém, é verdade, são viabilizados pelo aparelho psíquico, esse sim potencialmente inato, mas que também, só vai se desenvolver, na medida em que o indivíduo passar pelo mesmo percurso que a civilização passou na conquista dos preceitos morais; nesse sentido para Freud o individual remonta ao coletivo, o Édipo ao pai primevo, a ontogênese à filogênese.

Como se sabe, “O Mal-Estar na Cultura” está centrado na tese do antagonismo
inevitável entre satisfação pulsional e exigências da cultura. Segundo essa orientação, já presente nos primeiros escritos freudianos, a civilização implica em algum grau de renúncia à satisfação pulsional. Freud, explicando essa posição por meio de material psicanalítico, usa como modelo o domínio do fogo pelo homem, sua utilização como um bem cultural apartir de uma renúncia à satisfação de um desejo, no caso, um desejo infantil de apagar o fogo com um jato de urina. Em suas proprias palavras:"A primeira pessoa a renunciar a esse desejo e a poupar o fogo pôde conduzi-lo consigo e submetê-lo a seu próprio uso. Apagando o fogo de sua própria excitação sexual, domara a força natural do outro fogo." Essa grande conquista cultural foi a ssim a recompensa de sua renúncia ao instinto.
Enquanto o amor dessexualizado se transforma na parte ideal do superego e no laço emocional que une as famílias e os grupos, o controle da agressividade, através da introjeção, é o responsável pela severidade do superego. “Quando mais o homem controla sua agressividade para com o exterior, mas severo, - isto é, mas agressivo – ele se torna em seu ideal de ego.” E possivel entender a argumentacao freudiana, que ve na necessidade da restricao sexual uma forma de gerar libido para possibilitar identificacoes e relacionamentos amorosos inibidos. O valor psíquico da satisfação sexual cresce com a sua frustração.


A libido represada torna-se capaz de perceber os pontos fracos raramente ausentes da estrutura da vida sexual, e por ali abre caminho, obtendo uma satisfação substitutiva neurótica na forma de sintomas patológicos. Quem penetrar nos determinantes das doenças nervosas cedo ficará convencido de que o incremento dessas doenças em nossa sociedade provém da intensificação das restrições sexuais.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

IDADE MORAL / MORAL IDADE

Este vai para : Prometheus, Pandora’s Farm, PsyTchê, Cupido, Dante’s Ulysses, Adão e Éva de Milton

Após uma chamada de altos decibéis dirigida tanto para os Museus pagãos e cristãos, aos Espíritos para ajudá-nos "voar" mais alto do que qualquer poeta anterior tenha ido, com o exemplo: Milton não sabreria a história da criação, mas com o tipo de mundo-demônio de seuswssssssss... Alguma ou qualquer informação simplesmente ameaçadora às classes, não é seguro para nós - não porque haja algo errado com sua posse no abstrato, mas porque é o tipo de coisa que ós humanos não são adequados para lidar com. Há várias coisas que nós simplesmente não deveriamos saber. Se ós humanos não tem que viver a vida em meio a uma névoa de incertezas sobre uma vasta gama de assuntos que são de interesse fundamental e importância para nós, já não seria um modo humano de existência que vivem. Em vez disso, iria se tornar um ser de outro tipo, talvez angelical, talvez máquina-like-nike, mas certamente não é humano.


Há um problema mais profundamente problemático, no entanto. Há também limites morais para a posse de informação por si só - existem coisas que não deveria saber por razões morais... Aqui, inadequação reside apenas no modo de aquisição ou na perspectiva de uso indevido. Com a posse da informação, em si mesmo - independentemente da questão de que a aquisição e utilização - não pode envolver impropriedade moral.

EXPERIENCIAS SUBJETIVAS



 Este vai para meus dominios cruzados, ja fixados e que persistem formando associações a coleções de correlações.
Para as associações de Joseph G. o termo metafora primaria surge da fusão por meio das experiencias cotidianas conscientes e inconscientes... alguns exemplos são:
IMPORTANTE É GRANDE / MAIS É PARA CIMA / SIMILAR É PROXIMIDADE / TEMPO É MOVIMENTO / ESTADOS SÃO LOCALIZAÇÕES / CAUSA É FORÇA FISICA / VER É TOCAR.
 Segundo a teoria da fusão, temos de um lado, as experiencias sensorio-motoras, de outro, estão as associações sendo fundidas. Durante o periodo de fusão, associações são automaticamente construidas entre dois dominios, portanto, durante o periodo que pode ser entendido como diferenciação, tornamo-nos então habeis para separar os dominios.

  Em nossa mental fazemos juizos subjetivos sobre coisas abstratas tais como similaridade, dificuldade, importancia, assim como temos experiencias subjetivas de desejo, de afeto. Em virtude de muitos dos nossos conceito, como os sentimentos de desejo, tempo, etc são abstratos e pouco claros em nossa experiencia, tentamos apreender ou compreender em nossa mente por meio de outros conceitos que entendemos mais facilmente.
 Entender nossa experiencia e nossa comunicaçõa de fato depende da linguagem, pois é ela que fornece elementos que conduzem aos principios gerais do entendimento. Organizações coerentes de nossas experiencias em termos de dimensões naturais. São naturais porque são um produto de nossos corpos, de nossas interações com o meio e de  nossas interações com outras pessoas dentro de nossas cultura.

 Peça aqui ou por email uma analise comparativa de desempenho metaforico do sentido de equilibrio. Entendemos que nossa pretensão é de mostrar que diferentes sentidos do termo equilibrio estão conectados por extensões de metaforas. A experiencias do equilibrio é tão basica para nossa experiencia de coerencia e sobrevivencia. O equilibrio é algo que aprendemos com nossos corpos e nao é algo que passamos a compreender atraves de um conjunto de regras ou conceitos: É ALGO QUE FAZEMOS.

domingo, 10 de junho de 2012

SEDUÇÃO DOS INOCENTES


A mais de quarenta anos atrás, antes de televisores serem estabelecidos ao seu domínio publico, muitos defensores das liberdades civis ridicularizados como, Fredric Wertham, o psiquiatra sênior no Hospital Bellevue, em Nova York, por suas advertências sobre os efeitos graves da história em quadrinhos e da violência sobre o comportamento de crianças e adolescentes. 
 
 A mais vil forma de lucro não redimida pela responsabilidade social leva as editoras de quadrinhos para retratar o caos crescente, Wertham escreveu em “A Sedução dos inocentes” (1954). Seu produto não tem a qualidade onírica de contos de fadas para temperar e desviar a violência. Mais de vinte anos depois, sem se referir a histórias em quadrinhos e da televisão, Bruno Bettelheim falou sobre “OS USOS DO ENCANTAMENTO” (1965) argumentava eloqüentemente que contos de fadas ensinam as crianças a não imitar a crueldade e a destrutividade, mas para superálos. Bettelheim estava defendendo uma parte essencial da nossa hertage cultural e, por implicação, lamentando os efeitos da mídia.
 Enquanto isso, um debate relacionado com nosso ambiente moral abordou a obscenidade (um termo legal para uma categoria de materiais que não se qualificam para a proteção da Primeira Emenda) e pornografia (um termo literário para obras destinadas principalmente para a excitação sexual). Após a varredura libertadora da década de 1960, uma série de relatórios governamentais importantes e decisões judiciais durante a década de 1970, na Europa e Estados Unidos, retirou praticamente todas as restrições de materiais obscenos e pornográficos, exceto para a sua distribuição para os menores.



 Um dos efeitos imediatos destes desenvolvimentos era o de tornar possível e altamente rentável a tradução e publicação de obras de um autor que séculos, o Marquês de Sade tinha ficado enterrados e preservados no inconsciente cultural da Europa. Além disso, sua reedição agora deu um impulso a um movimento do século XX para reabilitar Sade e apresentá-lo como um grande autor revolucionário. Ele ainda beneficiou de uma presunção curiosa dupla em seu favor: ele passou tempo na prisão, suas obras foram censuradas. Não precisamos de qualquer outra prova de sua estatura heróica? Mas o renascimento de Sade atinge mais profundamente nosso pensamento literário e moral do que este caso especial de "ação afirmativa" para os perseguidos.


 Nós acreditamos que a redescoberta e libertação da experiência reprimida vai curar uma divisão em nosso ser e libertar-nos a viver mais plenamente. E tendemos a interpretar mal a frase freudiana "alem do princípio do prazer", projetando-a para um reino sombrio de crueldade e destruição que a exploração por méritos. O renascimento de Sade alimenta estas duas tendências contemporâneas.


Pornografia teremos sempre conosco. Ela serve para um propósito e neste as formas tradicionais não representam uma ameaça grave para a decência e moral. O mais saudável da reação é normalmente o riso, não indignação. Mas a vida e a obra do Marquês de Sade pode levantar problemas particulares. Poderosa reivindicação foi feita sobre sua importância como um moralista, filósofo e Novelista. Seus escritos representam o caso de teste mais desafiador de um autor proibido, caso eu não posso evitar dando os temas deste blog.

CARATER MORAL

 Toda a pessoa que no minimo de moralidade conhecida e socialmente inclusa, ja escolheu seu OBJETIVO DE VIDA, seu proposito supremo. Logicamente, esta pessoa passará algum tempo da vida lutando para atingir esse objetivo. Em alguns casos, leva-se uma vida inteira para isso. Claro que ao meu ver o mais importante é sim a eleição desse seu objetivo e logo depois escolher os meios mais adequados para alcançar e assim por diante dar a vida um determinado empenho na elaboração e desenvolvimento desses meios.
 Uma pessoa poderia investir em certo meio e logo desistir escolhendo outro caminho. Escolher um objetivo é quase o mesmo que tomar a decisão de atingi-los usando todos os meios disponiveis para isso, se não fosse pelos obstaculos insperados. Ou seja, lutar ou deixa de lutar por pela consecução de um meio é o mesmo que desistir de seu objetivo.
 É bem verdade que podemos ter diverssos sentimentos com relação a estes objetivos, mas é pura verdade que esses sentimentos são involuntarios e sem nenhum carater moral.


 "nosso carater moral é determinado não pelo que sentimos, mas pelo objetivo pelo qual vivemos."

Logo os fins justificam os meios somente no sentido em que um fim justo pode implicar em todos os meios inteligentemente escolhidos para alcançar-los serão justos, isto é, os fins santificam os meios. Devemos estar em harmonia com o carater do nosso objetivo de vida.
 Ninguem consciente e deliberadamente escolhe meios impios ou profanos para atingir um bom objetivo de vida, pela simples razão de que os meios impios destroem um fim bom.
 Pois bem, antes de escolher os meios devemos escolher o fim.Como exercício, a escoolha de um fim é o que nos coloca em movimento à ação moral. Alias, posso afirmar que a escolha de um objetivo de vida é a grande ação moral que um ser humano pode realizar.  Por isso repito, "nosso carater moral começa com a escolha do objetivo final e não com a escolha dos atos e meios usados para atingir este fim."

quarta-feira, 6 de junho de 2012

LIMITAÇÕES CONTRAPRODUCENTE


Em muitos estados alterados da consciência a musica parece ter efeitos, mesmo que ainda pouquíssimo explorado. O primeiro estado que gosto de discutir sempre, o ESTUPOR, obteve confirmações do efeito de indução e afastamento, por intermédio da musica. Já o segundo, agora mais complexo, o COMA, ainda carece de muita exploração para encontrar o efeito de controle por meio das ondas sonoras. Contudo, sempre será necessário uma nota de cautela no que diz respeito a esse texto que lhes ofereço.

  Pois a experiência musical nunca é tão simples quanto o que poderia ser implicado por este ou qualquer outro texto. Isso porque a atividade musical opera em muitos níveis ao mesmo tempo. Do mesmo modo, nossa experiência musical tem lugar em todos os níveis, as vezes alternando-se, as vezes ao mesmo tempo.

  Embora algumas musicas possam ser típicas para um ou mais novel de envolvimento de atividade mental, somos capazes de experimentar todos os níveis com qualquer composição musical, seja qual for a linguagem ou seu estilo.

 Muita gente faz diferença de musica boa e musica ruim. Nenhum julgamento desse tipo seria implícito. Por verdade, é com certeza de que o tipo de musica que escutamos influencia quem somos e como percebemos uns aos outros e o mundo a nossa volta.

 Pra finalizar, enfatizo uma vez mais de que devemos cultivar a capacidade de perceber em  nível físico, emocional, estético e mental. A condenação de categorias e estilos musicais é CONTRAPRODUCENTE e limitadora. Procure o melhor influencia.
  

domingo, 3 de junho de 2012

MUSICA \ PSIQUÊ / EMOÇÕES


  No contexto da musica e das emoções uma distinção que muitas vezes é desprezada, é enquanto as emoções resultam de nossa reação a objetos, situações ou pessoas especificamente identificáveis os humores são chamados de GENERALIZAÇAO METAFISICA DAS EMOÇOES, que criam, particularmente, ao contrario da crença popular, a musica não pode expressar emoções, mas, em vez disso, cria humores aos quais podemos reagir em nível emocional.
  Em realidade o que aumenta nossa compreensão das emoções é o fato de nem sempre reagimos do mesmo modo a uma mesma situação ou ocorrência. Como todo o estado emocional surge de dentro de nós mesmos, a mesma situação pode provocar em uma pessoa risadas e em outra lagrimas, enquanto em uma terceira pode permanecer indiferente, pois cada uma delas estará projetando externamente sua própria atitude interior. efeito, uma pessoa pode reagir.

  Embora as emoções tenham sido intensamente estudada por médicos, psicólogos, psiquiatras, filósofos, mestres espirituais, estéticos, antropólogos, sociólogos, artistas e músicos... na verdade nenhum deles entendeu ainda muito bem por que temos emoções, e por que com elas são causadas um GRANDE processo de descontrole, parecendo que por instantes passam a controlar nossa percepção e nossas ações do modo como fazem.



  Alegria, amizade amor, amor próprio, angustia, ansiedade, arrependimento autodesprezo, auto ódio, auto piedade, auto respeito, ciúmes, contentamento, culpa, desespero, despeito,  desprezo, dever, embaraço, esperança, fé, frustração indiferença, indignação, inocência, inveja, ira, medo, ódio, orgulho, pesar, piedade, raiva remorso, respeito, ressentimento temor, terror, tristeza, vaidade, veneração, vergonha.



Dentre estas há apenas duas emoções primarias das quais derivam todas as demais qualidades emocionais: O AMOR e o MEDO.

VALOR TRABALHO


teoria do v

base de cada sociedade humana é o processo de trabalhoseres humanos cooperando entre sipara fazer uso das forças da natureza e, portantopara satisfazer suas necessidades. O produtodo trabalho deve, antes de tudoresponder a algumas necessidades humanas. Deve, em outraspalavrasser útil. Marx chama-o valor de usoSeu valor se assenta primeiro e principalmente emser útil para alguém.
necessidade satisfeita por um valor de uso não precisa ser uma necessidade físicaUm livro éum valor de usoporque pessoas necessitam lerIgualmente, as necessidades que os valores deuso satisfazem podem ser para alcançar propósitos vis. O fuzil de um assassino ou o cassetetede um policial é um valor de uso tanto quanto uma lata de ervilhas ou o bisturi de um cirurgião.
Sob o capitalismotodavia, os produtos do trabalho tomam a forma de mercadorias. Umamercadoriacomo assinala Adam Smith, não tem simplesmente um valor de usoMercadoriassão feitasnão para serem consumidas diretamentemas para serem vendidas no mercadoSãoproduzidas para serem trocadas. Desse modo cada mercadoria tem um valor de troca, "arelação quantitativa, a proporção na qual valores de uso de um tipo são trocados por valores deuso de um outro tipo". (O Capital vol. .1, doravante C1 ) Assim, o valor de troca de uma camisapoderá ser uma centena de lata de ervilhas.
Valores de uso e valores de troca são muito diferentes uns dos outrosPara tomar um exemplo de Adam Smith, o ar é algo de um valor de uso quase infinito aos seres humanos que sem ele nósmorreríamos, mas que não possui um valor de troca. Os diamantespor outro ladosão de muitopouca utilidademas tem um valor de troca muito elevado.
Mais aindaum valor de uso tem que satisfazer algumas necessidades humanas específicas. Sevocê tem fomeum livro não poderá satisfazê-lo. Em contraste, o valor de troca de umamercadoria é simplesmente o montante pelo qual será trocado por outras mercadorias. Os valoresde troca refletem mais o que as mercadorias têm em comum entre si, do que suas qualidadesespecíficas. Um pão pode ser trocado por um abridor de latas, seja diretamente ou por meio dedinheiromesmo que suas utilidades sejam muito diferentes. O que é isso que eles têm emcomumque permite a ocorrência dessa troca?
resposta de Marx é que todas as mercadorias tem um valor, do qual o valor de troca ésimplesmente o seu reflexoEsse valor representa o custo de produção de uma mercadoria àsociedadePelo fato de que a força de trabalho é a força motriz da produçãoesse custo  podeser medido pela quantidade de trabalho que foi devotada à mercadoria.
Mas por trabalho Marx não se refere ao tipo particular de trabalho envolvido em, digamos, assarum pão ou manufaturar um abridor de latasEsse trabalho realconcretocomo disse Marx, évariado e complexo demais para nos fornecer a medida de valor que necessitamos. Para encontraressa medida nós devemos abstrair o trabalho de sua forma concreta. Marx escreve: "Portantoumvalor de uso ou um bem possui valorapenasporque nele está objetivado ou materializadotrabalho humano abstrato". (C1, p 47)
Assim, o trabalho tem um "caráter dual":
"Todo trabalho é, por um ladodispêndio de força de trabalho do homem no sentido fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato gera o valor damercadoriaTodo trabalho é, por outro ladodispêndio de força de trabalho do homem sob formaespecificamente adequada a um fim, e nessa qualidade de trabalho humano concreto útil produzvalores de uso." (Cl, p. 53)
Marx descreveu esse caráter dual do trabalho como um dos "melhores pontos em meu livro" (Correspondência Seleta). Foi aqui que a teoria de Marx separou-se das teorias de Ricardo e doseconomistas políticos. Marx criticou Ricardo por se concentrar quase que exclusivamente natentativa de achar uma fórmula precisa para determinar o valor de troca das mercadoriasElesqueriam, é claroencontrar modos de prever os preços de mercado.
"O erro de Ricardo é que ele está interessado somente na magnitude do valor... O que Ricardonão investiga é a forma específica na qual o trabalho se manifesta como o elemento comum nasmercadorias", escreveu Marx. (Teorias da Mais-Valia (doravante TMV), tomo III)
Marx não estava interessado especificamente em preços de mercadoSua meta era entender ocapitalismo como uma forma de sociedade historicamente específicadescobrir o que faz ocapitalismo diferente das formas anteriores de sociedade, e que contradições levariam à sua futuratransformação. Marx não queria saber em que medida o trabalho formava o valor de troca dasmercadoriasmas em que forma o trabalho realizava essa função e porque sob o capitalismo aprodução era de mercadorias para o mercado e não de produtos para uso direto como nassociedades anteriores.
caráter dual do trabalho é crucial para responder esta questãoporque o trabalho é umaatividade social e cooperativaIsto é verdade não apenas no que toca a tipos particulares detrabalhomas para a sociedade como um todo. O trabalho de cada indivíduo ou grupo deindivíduos é trabalho social no sentido de que ele contribui para as necessidades da sociedade. Essas necessidades exigem todo o tipo de diferentes produtos - não  vários tipos de alimentos,mas também vestuáriomeios de transporteinstrumentos necessários na produção e assim pordianteIsto quer dizer que é necessário que diferentes tipos de trabalho útil sejam levados a cabo. Se cada um produzisse somente um tipo de produto então logo a sociedade entraria em colapso.
Cada sociedadeportanto, necessita de alguns meios para distribuir o trabalho social entrediferentes atividades produtivas. "Essa necessidade da distribuição de trabalho social emproporções definidas não pode possivelmente ser suprimida por uma forma particular deprodução social", escreve Marx (Selected Correspondence, doravante SC). Mas há uma diferençafundamental entre o capitalismo e outros modos de produção. O capitalismo não possuimecanismos através dos quais a sociedade pode decidir coletivamente o quanto de seu trabalhoserá direcionado a tarefas particulares.
Para entender porque é assim, devemos olhar para os modos de produção pré-capitalistas, onde oobjetivo da atividade econômica era primeiramente a produção de valores de uso, e cadacomunidade podia satisfazer todas ou a maior parte de suas necessidades a partir do trabalho deseus membrosAssim, na
"indústria rural patriarcal de uma família camponesa que produz para seu próprio uso cereais,gadofiolinhopeças de roupa, etc.(...) diferenças de sexo e de idade e as condições naturais dotrabalho que mudam com as estações do ano regulam sua distribuição dentro da família e otempo de trabalho dos membros individuais da família" (C1, 74)
distribuição do trabalho é regulada coletivamente mesmo em sociedades pré-capitalistas ondeexistem exploração e classesAssim, no feudalismo,
"o trabalho e os produtos (...) entram na engrenagem social como serviços e pagamentos innatura. (...) Portantocomo quer que se julguem as máscaras que os homens ao se defrontaremaqui, vestem, as relações sociais entre as pessoas em seus trabalhos aparecem em qualquercaso como suas próprias relações pessoais, e não são disfarçadas em relações sociais dascoisas, dos produtos de trabalho" (C1, 74)
No caso do escravismo e do feudalismoambos modos de produção baseados na exploração declasse, a massa da produção está voltada inteiramente para satisfazer as necessidades dosprodutores e da classe exploradora. A questão principal não é que é produzido, mas sim adivisão do produto social entre exploradores e explorados.
No capitalismo as coisas são muito diferentes. O desenvolvimento da divisão de trabalho significaque a produção em cada local de trabalho é agora altamente especializada e separada dos outroslocais de trabalhocada produtor não pode satisfazer suas necessidades a partir de sua própriaproduçãoUm trabalhador numa fábrica de abridores de latas não pode comer abridores de latas.Para viver ele deve vendê-los a outros. Os produtores sãoportantointerdependentes em doissentidoseles precisam cada um dos produtos dos outrosmas eles também precisam uns dosoutros como compradores de seus produtos para que eles possam obter o dinheiro com o qualcompram aquilo que precisam.
Este sistema Marx chama de produção generalizada de mercadoria. Os produtores estão ligados entre si somente pelo intercâmbio de seus produtos:
"Objetos de uso se tornam mercadorias apenas por serem produtos de trabalhos privados, exercidos independentemente uns dos outros. O complexo desses trabalhos privados forma otrabalho social totalComo os produtores somente entram em contato social mediante a troca deseus produtos de trabalho, as características especificamente sociais de seus trabalhos privados aparecem dentro dessa trocaEm outras palavras, os trabalhos privados  atuam, de fato,como membros do trabalho social total por meio das relações que a troca estabelece entre osprodutos do trabalho e, por meio dos mesmosentre os produtores".(C1,71)
Até aqui, o trabalho social concreto era diretamente trabalho socialOnde a produção era para ousopara satisfazer algumas necessidades específicas, seu papel social era óbvioOnde aprodução é destinada para a trocacontudonão há uma conexão necessária entre o trabalho útilrealizado por um produtor particular e as necessidades da sociedade podemos descobrirporexemplo, se os produtos de uma fábrica específica atendem algumas necessidades sociaisapenas depois de eles terem sido colocados à venda no mercado. Se ninguém quiser compraresses bensentão o trabalho que os produziu não era trabalho social.
Há um segundo aspecto no qual há uma diferença entre o trabalho social e privado no capitalismo.Fabricantes de um mesmo produto irão competir pelo mesmo mercadoSeu relativo sucessodependerá em como possam vender seus produtos por um menor preçoIsso implica emaumentar a produtividade do trabalho: "Genericamente, quanto maior a força produtiva do trabalho,tanto menor o tempo de trabalho exigido na produção de um artigotanto menor a massa detrabalho nele cristalizado, tanto menor o seu valor", escreve Marx (C1, 49).
pressão da concorrência força os produtores a adotarem métodos de produção similares aos dos seus rivaisou se vêem forçados a rebaixarem seus preços para poderem competir. Consequentemente o valor das mercadorias é determinado não pela quantidade total de trabalhousada para produzi-las, mas sim pelo tempo de trabalho socialmente necessárioisto é, otempo de trabalho "requerido para produzir um valor de uso qualquer, nas condições dadas deprodução socialmente normais, e com o grau social médio de habilidade e de intensidade detrabalho" (C1, 48). Um produtor ineficiente que usa mais do que o trabalho socialmente necessáriopara produzir algo achará que o preço que ele obtém pela mercadoria não compensará o seutrabalho extraSomente o trabalho socialmente necessário é trabalho social.
Trabalho social abstrato é assim não apenas um conceitoalgo que existe somente nas nossasmentesEle domina a vida das pessoas. A menos que os produtores sejam capazes de alcançaras "condições normais de produçãoeles se verão forçados a sair fora do negócioMas isso não étudoNós vimos que o trabalho privado útil somente se torna trabalho social uma vez que seuproduto tenha sido vendido. Mas para ocorrer a troca deve haver algum modo de aferir o quanto detrabalho socialmente necessário está contido em cada mercadoria. A sociedade não pode fazerisso coletivamenteporque o capitalismo é um sistema no qual os produtores relacionam-se unscom os outros somente através de seus produtos.
solução é que uma mercadoria assuma o papel de equivalente universalem relação ao qual osvalores de todas as outras mercadorias possam ser mensuradas. Quando uma mercadoriaparticular fixa-se no papel de equivalente universalela se torna dinheiro. E, escreve Marx, "arepresentação da mercadoria enquanto dinheiro implica (...) que as diferentes magnitudes de valores-mercadoria (...) estão todas expressas em uma forma na qual existem como a corporificação de trabalho social" (TMV).
Assim o capitalismo é um sistema econômico no qual os produtores individuais não sabem deantemão se os seus produtos atenderão uma necessidade socialEles podem descobrir somentetentando vender esses produtos como mercadorias no mercado. A concorrência entre produtoresque procuram tomar mercados vendendo a preços mais baratos reduz os seus diferentestrabalhos a uma medidatrabalho social abstrato corporificado em dinheiroOnde a oferta de umamercadoria excede a sua demandaseu preço cairá, e os produtores irão mudar para outrasatividades econômicas mais lucrativas. É desse modo, e somente indiretamenteque o trabalhosocial é distribuído entre diferentes ramos de produção.
análise marxista do valor está, portanto, direcionada ao que faz do capitalismo uma forma deprodução social única. O seu foco é "a real estrutura interna das relações burguesas deprodução". Seu propósito é mostrar que "como valores, as mercadorias são magnitudes sociais, (...) relações entre homens na sua atividade produtiva (...) Onde o trabalho é comunal as relaçõesentre homens em sua produção social não se manifestam como "valores" de coisas"(TMV).
Assim que Capital foi publicado, economistas burgueses objetaram que a abordagem do valorfeita por Marx no começo do volume I não prova que as mercadorias são realmente trocadas emproporção ao tempo de trabalho socialmente necessário exigido para produzi-las. Eles têm continuado com essa objeção até os dias de hoje. Marx comentou acerca de um desses críticos:
"O desafortunado camarada não  quemesmo se não houvesse um capítulo sobre "valoremmeu livro a análise das reais relações que eu dou conteriam a prova e a demonstração da realrelação-valor (...)
ciência consiste precisamente em demonstrar de que maneira a lei do valor se afirma. Assim sealguém quiser "explicarlogo de início todos os fenômenos que aparentemente contradizem a lei,ele deve proporcionar a ciência antes da ciência." (SC)

Todo Capital é uma prova da teoria do valor-trabalho. Marx considerava que o método científico correto era o de "ascender do abstrato ao concreto". Ele começa por estabelecer a teoria do valor-trabalho na forma bastante abstratatal como a consideramos até agoraMas este é somente oponto de partida de sua análiseEle avança passo a passo para mostrar como o comportamento complexo e freqüentemente caótico da economia capitalista pode ser entendido a partir da teoriado valor-trabalho, e somente a partir dela.